quarta-feira, 31 de julho de 2013

Indagações

Hoje o dia está ensolarado, porém o clima faz jus a estação atual.
Hoje o dia está parecido comigo: minha alma permanece ensolarada, mas meu coração está frio, tomado pela angústia de um amor que dói, machuca e tortura.
Até que ponto vai a beleza de um amor impossível?
Quantas angústias cabem em uma incerteza?
Todo bom leitor e admirador de romances sabe que contos de fadas são providos de obstáculos e complicações que tentam mudar o desfecho feliz da história.
É preciso conhecer a dor para saber o que é o amor. É preciso vivenciar a frieza do cinza para se permitir sentir o calor de um arco-íris. É preciso sentir a angústia da dúvida para reconhecer a beleza do "felizes para sempre".
Finalmente entendi o verdadeiro significado da frase: "Amor rima com dor". Não é que o amor sempre será sinônimo de sofrimento, mas é que temos que passar pela dor para desfrutar da felicidade através dele. Aprendi que para se encontrar a verdadeira felicidade através do amor, temos que adquirir experiência através da dor que ele nos causa.
Mas e se no fim não houver a tal felicidade? E se o amor estiver condenado à infelicidade eterna?
Novamente volto ao ponto de partida desse meu eterno ciclo vicioso: Quantas doses de desespero cabem em um "E se?”
Eu que sempre fui apegada as reticências e repugnei o ponto final, me vejo deixando ambos de lado na esperança de conseguir uma vírgula seguida de uma explicação. Espera frustrada. Nem reticências, nem ponto final, nem vírgulas. Estou condenada a interrogação.
Quão belo é o sofrimento do ponto de vista romântico?
O que me inquieta é saber que sou protagonista do realismo e não do romantismo.
O que me tortura é saber que encontrei um príncipe, mas não nasci destinada a ser princesa.
O que me entristece é saber que sou narradora observadora e não personagem.
Tornei-me coadjuvante da história que eu mesma escrevi. 
                                                                                                                - Betina Pilch

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A carta que foi entregue

Querido Ignácio,
¿Crees en amor a la primera mirada? Bueno, yo siempre fue una soñadora, una típica romántica soñadora. Soy una persona que lee un libro deseando que un día la historia acontezca conmigo. Escucho músicas pensando que las melodías podrían hacer parte de la banda sonora de mi historia de amor. Escribo con la esperanza de proyectar un poquito de mí en alguna protagonista. Quién sabe, un día, yo sea personaje principal de mi propia historia. Y, de repente, tu apareciste. El muchacho chileno tan guapo de ojos azules. Y, sí, luego me di cuenta de que tu eres mi príncipe que me ayudará a escribir mi propio cuento de hadas. Lloré anoche por saber que no nos veremos más, que fue solo una ilusión mía. Pero yo necesitaba decirte todo eso que provocó en mí, por más que parezca insensato. Además, insensatez es algo típico de la pasión, ¿no? Lo creo. ¡Socorro! ¿Qué hiciste conmigo? Estoy enamorada. Robaste mi corazón brasileño y dejaste mi cielo aún más azul. 
                                                                                      Con cariño, menina Betina Pilch.