sexta-feira, 18 de outubro de 2013

As cortinas já fecharam


Pensando bem... Não. Não nascemos um para o outro. Eu nunca iria me tornar o que você queria que eu fosse e você nunca iria entender meu sentimentalismo e exagero doce. 
Talvez eu tenha sido doce demais, melada e você enjoou. Mas tudo bem, eu compreendo, acabou.
A gente nunca teve muito a ver. Você curte pop, eu MPB. Eu amo livros, você odeia ler. 
Você sempre apegado ao realismo, a praticidade, ao orgulho, ao individualismo. E eu sempre sonhadora, apegada aos detalhes, complicada, cheia de romantismo. 
Você amante da liberdade, eu presa aos grilhões do amor. Você sempre tão frio e eu cheia de dor. 
Eu tendo que lidar com meus sonhos e com o impossível. Você sem nenhuma ilusão vivendo sua realidade insensível.
Sempre quis experimentar  uma vida sem nenhum tormento, mas minha caixinha nunca foi preenchida com algum sentimento. Sempre gostei sozinha, fiz papel de palhaça. E quem foi o roteirista fez da vida uma piada que já perdeu a graça. 
A protagonista esqueceu o roteiro, você mudou o gênero, o público cansou e a cortina já fechou. 
Ninguém gostou, o público vaiou, a peça foi um fracasso e terminamos sem aplauso.
Talvez tenha sido melhor acabar com esse tal conto de fadas fajuto e infeliz. O que era pra ser um romance virou uma comédia sem fim.
                                                                                                                           - Betina Pilch.

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