Deslocada,
transitando em nada,
vago sem mim...
A solidão brota do chão
de um órgão,
mortificado pela vida,
compositor de um pulsar sem melodia.
Então, minha essência no papel é aprisionada e,
com uma aquarela de lágrimas,
uma peça, repleta de vaias, é pintada.
Transmutada, a realidade gritante é ecoada
e no silêncio se instala a voz que se perdeu.
Asas quebradas
de uma alma anêmica cansada,
batem perdidas entre as pétalas ásperas
da vida que padeceu.
E, entre respirações invisíveis e distâncias
transtornadas,
espasmos de fadigas eclodem em páginas
de uma poesia enterrada que,
de tão sufocada,
morreu...
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