sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Não sei titular e isso já é um título


Eu não queria refletir, mas só o fato de eu não querer entrar em reflexão já é refletir sobre algo que não quero e se não quero algo já é um querer que algo não aconteça.
Eu não queria me perder, mas já estou perdida e só o fato de eu saber estar perdida já é uma forma de me encontrar. E eu me encontro e me perco em mim mesma, e ao me perder dentro de mim mesma já não encontro mais nada.
Eu me conheço bem o bastante para saber que não conheço nada sobre mim e o fato de saber o que não sei me inquieta e me atormenta.
Evitei o silêncio, porque meus silêncios sempre foram gritantes demais e esse emudecer estridente sempre me ensurdeceu. Só escuto o som de um nada cheio de vazios que fazem minha mente girar sem sair do lugar. Tenho vivido esse eterno permanecer sem nunca estar.
Céus! Para onde vou?
Já não sei o que sou, nem onde estou, tampouco o que farei a partir daqui. Apenas imploro a Deus que me guie, porque eu já não tenho nenhum sentido e não sei para onde ir. 
                                                                                                                                          - Betina Pilch.

2 comentários:

Tamires disse...

Que lindo, adorei!

Brunno Lopez disse...

Entre afirmações sobre negações e negações sobre afirmações, você criou uma narração completa e gostosa de ler.