É apenas mais uma noite que pinta o céu com a escuridão. É só mais uma escuridão iluminada pelo bordado de estrelas na imensidão. É só mais uma madrugada onde busco rimas para a essa solidão, que veio aqui saudar minha existência, mais uma vez.
Rimas... Aprendi a magia de rimar quando mesmo longe você me ajudou a remar contra todas as ondas que tentavam afogar minha alma com lágrimas ácidas capazes de queimar. E hoje, cá estou eu navegando sobre essas águas agitadas, sendo guiada por constelações, tentando não naufragar nas proporções que as minhas emoções resolvem tomar.
Olhe para o céu, minha menina. Está vendo? Eu também estou. As estrelas... Foi tudo que restou de mim.
Três Marias, Cruzeiro do Sul... E a luz mais brilhante desse céu, que eu resolvi dar o seu nome no diminutivo pra tornar o manto celeste mais azul.
Me sinto tão pequena, tão confrangida em mim. Me disseram que posso ser imensa, mas que crescer não é tão bom assim. Às vezes o desespero espanca aqui, e eu busco socorro nas lembranças que guardo de ti. Mesmo longe você é presença, é a companhia mais leve que alivia as sentenças que a vida me impõe. E em você vou me segurando em meio aos empurrões que o mundo me dá esperando eu cair.
A cada resquício de queda me vejo sorrir ao segurar sua mão e sentir que não é preciso desistir. Encontro forças para seguir mesmo quando só silêncio emana daí. E nessas palavras, escassas, que há tempo eu tenho calado, encontro uma voz que sussurra que sempre estará ao meu lado. E mesmo esgotado meu ser, assustado, adormece aliviado por ter alguém assim... como você.
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