segunda-feira, 22 de maio de 2017

(Abr)aço – Por Betina Pilch




Sempre quis um abraço teu.
Abraço espontâneo. Quase subcutâneo. 
Que alcança a alma. Que surpreende e acalma.
Sempre quis um abraço teu. 
Sem precisar pedir. Sem ter que tomar a iniciativa de abrir os braços 
e insistir. 
Sempre quis um abraço teu. 
Que demonstrasse o prazer de amar. 

Que evidenciasse a necessidade de cuidar. 
Que dissesse eu te amo sem nada falar. 
Sempre quis um abraço teu. 
O abraço que por vontade própria nunca me deu. 

O abraço que nunca cedeu. 
O abraço que tantas vezes doeu 
ao ser rejeitado. 
Sempre quis um abraço teu. 
Abraço sem obrigação, pra sentir teu coração feliz ao me abraçar, 

contente pelo simples fato de me ter 
nos braços. 
Sempre quis um abraço teu. 
O abraço que mais cedo te vi dar em outro alguém. 

O abraço que sempre precedeu meu amém. 
O abraço que eu queria que fosse meu e de mais ninguém. 
Sempre quis um abraço teu. 
Mas esse abraço 

- eternizado em sonho - 
você nunca me concedeu.



Um comentário:

Isabelly Alves disse...

Querida Betina,

Li alguns de seus textos e sem dúvidas este foi o que mais me tocou. Gostaria antes de tudo, parabenizá-la pela sua escrita e a forma que lida com as palavras, expressando emoções nos versos. A dor implícita nessa poesia, não só me identifiquei, mas como senti o que o narrador sentiu durante a leitura. Suas linhas me abraçaram.

Com carinho,
Isabelly.