Naquela madrugada,
No meio de um bar sentada,
Vi cada pose cair
E não restar nada
- além da verdade.
Ali, naquele bar,
Cada pessoa se anestesiava
De alguma forma
E cada um fugia de algo
Que não era necessário falar.
Ali, naquele bar,
Os sentidos eram explorados
Vividos
Experienciados
De forma singular.
E ali, naquele bar,
Eu cerrei meus lábios
e deixei meu olhar escutar
Meu ouvido falar
Minha boca olhar.
E eu vi, ouvi e senti tanta coisa.
E eu falei tanto sem nada dizer.
Porque ali, naquele bar,
Existir era o suficiente
E o suficiente já era pesado demais.
Naquele bar,
Cada existência era entrelaçada
E marcada por outras existências.
E ninguém queria ser
Outro alguém
além de si
- sabiam que não conseguiam.
Porque nos bares
De madrugada
Não nos resta nada
Além de nós.
E o resto não importa
Se pudermos pagar a conta no final
- e essa é a metáfora da vida.
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