A transição de um tempo a outro sempre resulta em uma grande
reflexão. Quando chegamos a uma data importante nos vemos olhando saudosos para
o passado, fazendo toda uma análise das mudanças ocorridas até então e nos
acovardamos ao imaginar o futuro. Tolos mortais que não sabem lidar com o
tempo!
Preocupamo-nos com o ontem e o amanhã, mas nunca paramos
para valorizar o agora, depositamos nossas expectativas no futuro na esperança
de encontrar nele semelhanças do nosso passado e o hoje fica esquecido e
guardado na gaveta da inutilidade.
Procuramos encantos no mórbido e no inexistente quando
deveríamos dar glória ao nosso presente.
De tanto se preocupar com o ilusório deixamos a vida passar
por nossos olhos despercebida, esquecemos que o tic tac do relógio pode ser
cruelmente veloz e que sem perceber deixamos as melhores oportunidades para
traz.
Muitas vezes a vida coloca o caminho da felicidade em um
horizonte fora do nosso foco de visão, mas como estamos constantemente caçando
nossas realizações no vago deixamos esse caminho de lado.
Pregamos peças em nós mesmos sem ter consciência, esquecemos
de tomar nossos erros como experiências. Permanecemos no erro, não nos damos a
chance de percepção do novo, pois nos deixamos aprisionar nesse ciclo vicioso.
Crescemos na expectativa de nos tornarmos adultos o mais
rápido possível, e quando essa magia enfim acontece olhamos para traz,
desejamos o passado e vemos a nossa infância invisível.
Somos contraditórios por natureza, e por sermos tão fúteis,
esquecemos de contemplar a vida e sua verdadeira beleza.
- Betina Pilch.
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