"As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão." - Carlos Drummond de Andrade.
quarta-feira, 27 de março de 2013
Queda Livre
Maldita e bendita insegurança essa que nos persegue em meio aos sentimentos. Sim, maldita e bendita, tão contraditória quanto o amor.
Amor esse que as vezes nos cega e vez ou outra nos faz ampliar os horizontes e ver a vida por ângulos novos, muitas vezes mais belos, mais mágicos.
Magia essa que nos faz ilusionistas da própria mente, que nos desperta sonhos intensos e aparentemente sem possibilidade.
Impossibilidade essa que nos mantém cautelosos na hora da entrega, mas que pouco a pouco se mostra possível a cada pontinho de esperança cultivado.
Somos inseguros e medrosos por natureza quando vivenciamos sentimentos nascendo dentro do nosso órgão frágil e palpitante, nos apegamos a cautela e ao receio por pena de ver nosso coraçãozinho adquirir novas cicatrizes por culpa de nós românticos intensos e insensatos.
Esperamos por garantias, mesmo convictos de que a vida é incerta. Vivemos na espera de ter certezas para só então nos entregarmos a uma possibilidade, e dessa forma morremos sem tentar.
Temos medo de nos entregarmos e não conhecermos a reciprocidade. Porque o amor é como um precipício, e não é todos que curtem a adrenalina de se jogar dele, porque sabemos que as probabilidades de cairmos em queda livre no chão são consideravelmente grandes. E então esperamos por alguém que nos ofereça um paraquedas, uma garantia de que não iremos cair e nos espatifar lá em baixo. E de preferência queremos alguém que nos ofereça o paraquedas, e a sua companhia para pular junto conosco.
- Betina Pilch.
domingo, 17 de março de 2013
Não deixo-te ir
Não deixo-te ir, mesmo que já tenhas saído da minha vida.
Não deixo-te ir, e dia-a-dia te vivo em minhas feridas.
Não deixo-te ir, porque tenho em mim a desesperada esperança de que vais voltar.
Mantenho em mim a fantasia de que meus delírios vão se concretizar.
Não deixo-te ir, te aprisiono nas masmorras do meu eu,
algemado nas grades do meu coração.
Te sinto presente em cada sorriso, em cada erro meu,
em cada canção.
Não deixo-te ir, pois és parte de mim,
és meu tormento sem fim,
és meu refúgio em meio ao vazio,
és meu subterfúgio para viver.
Não deixo-te ir, pois lembro de quando sorriu,
de quando eclodiu o amor
e de quando soube o lado bom de sofrer.
Não deixo-te ir porque te amei em cada sofrimento,
amei cada devaneio,
te amei a todo momento.
Não deixo-te ir, mesmo que já tenhas ido,
mesmo que já tenhas me ferido,
mesmo sem nunca ter te tido.
Não deixo-te ir meu querido,
e te mantenho vivo,
aqui bem escondido,
dentro das minhas contradições sem sentido.
Não deixo-te ir,
e nunca deixarei,
pois não existe ex-amor,
e só eu sei o quanto te amei.
- Betina Pilch.
segunda-feira, 11 de março de 2013
Análise de uma mente incompreendida.
Do quadro negro vi imagens psicodélicas se manifestarem.
Observei as cores e tentei decifrar tais mensagens: ideais camuflados e incompreendidos se arrastavam naquela dimensão; Pensamentos espalhados e doloridos se dispersavam na escuridão.
Uma confusão de neurônios e artérias palpitantes me atormentavam.
Perdida em devaneios tolos, em meio a loucura meus sentimentos se deitavam.
Adormeci no sono eterno da inconformidade, tinha como sonho indagações e nenhuma verdade.
Contrariedades diante de certezas inquestionáveis, complexidade diante de sentimentos cheios de simplicidade.
Incompreendida para o mundo e para mim, só tinha conhecimento da minha inquietude sem fim.
Uma loucura intensa, uma mente paranormal. Eu possuía apenas a certeza de que nesse mundo não vale a pena ser normal.
sexta-feira, 1 de março de 2013
"Com licença, eu vou à luta!"
Sonho com um mundo livre de impunidades, em que a educação seja prioridade, e o menos favorecido também tenha seu valor. Sonho com um mundo mais humano, onde o amor seja soberano e os governantes se igualem ao trabalhador.
Sonho com um mundo sem violência, que desperte a inteligência em sua nação. Sonho com uma política transparente, que lute pelo direito da gente, que respeite o cidadão.
Sonho com um mundo melhor em que o jovem tenha um poder maior, sonho com o dia que iremos manisfestar nossa indignação e os nossos brados conseguirão extinguir a corrupção.
Sonho com um mundo em que os líderes cumpram seus deveres e honrem mais aqueles que acreditaram em seu potencial, sonho com o dia que a população cobrará os seus direitos e que transformará a ilusão em algo real.
Sonho com o dia que a imposição perderá a sua voz, e que a conformidade não existirá mais dentro de nós.
Sonho com um mundo em que o povo exerça seu papel na nação, que não cale a sua voz e que lute pelo que está dentro do seu coração.
Posso ser louca quando sonho, mas prefiro continuar a sonhar, porque os sonhos geram a esperança e a esperança gera forças para lutar.
Aqui imortalizo o desejo de mudança, a desesperada esperança que o mundo vai acordar. Com licença, vou à luta, os meus sonhos estou indo tentar realizar!
- Betina Pilch.
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