quarta-feira, 27 de março de 2013

Queda Livre


Maldita e bendita insegurança essa que nos persegue em meio aos sentimentos. Sim, maldita e bendita, tão contraditória quanto o amor.
Amor esse que as vezes nos cega e vez ou outra nos faz ampliar os horizontes e ver a vida por ângulos novos, muitas vezes mais belos, mais mágicos.
Magia essa que nos faz ilusionistas da própria mente, que nos desperta sonhos intensos e aparentemente sem possibilidade.  
Impossibilidade essa que nos mantém cautelosos na hora da entrega, mas que pouco a pouco se mostra possível a cada pontinho de esperança cultivado.
Somos inseguros e medrosos por natureza quando vivenciamos sentimentos nascendo dentro do nosso órgão frágil e palpitante, nos apegamos a cautela e ao receio por pena de ver nosso coraçãozinho adquirir novas cicatrizes por culpa de nós românticos intensos e insensatos. 
Esperamos por garantias, mesmo convictos de que a vida é incerta. Vivemos na espera de ter certezas para só então nos entregarmos a uma possibilidade, e dessa forma morremos sem tentar. 
Temos medo de nos entregarmos e não conhecermos a reciprocidade. Porque o amor é como um precipício, e não é todos que curtem a adrenalina de se jogar dele, porque sabemos que as probabilidades de cairmos em queda livre no chão são consideravelmente grandes. E então esperamos por alguém que nos ofereça um paraquedas, uma garantia de que não iremos cair e nos espatifar lá em baixo. E de preferência queremos alguém que nos ofereça o paraquedas, e a sua companhia para pular junto conosco.
                                                                                                                - Betina Pilch.

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