O chão está frio, a parede está úmida devido ao sereno da noite, o céu está escuro, quase negro, e algumas poucas estrelas servem de adornos celestes.
Sentada nesse chão, encostada nessa parede e encoberta pela
escuridão, há uma menina admirando cada singelo detalhe e buscando o encanto na
imensidão. Ela tem o coração liberto e aberto, em busca constante pela
inspiração.
Estou olhando pra ela analisando cada respiração sua. Ela
parece tão leve...
Com um caderno no colo e uma caneta na mão deslizando sobre
o papel ela parece dançar com cada palavra que ali escreve. Pois essa noite ela
resolveu bailar com as letras sob um céu enegrecido encantador.
Hoje ela resolveu ser feliz sem nenhum vestígio de dor.
Enquanto ela abraça as palavras e dança, fico parada
olhando-a, atenta a cada movimento seu.
“Ela me reflete.” – Penso sem entender o que estava
pensando.
E como se tivesse ouvido aquele meu devaneio ela vem em
minha direção e diz: “Ei moça, venha cá dançar também.” E eu lhe pergunto: “Quem
é você?”
“Sou você” – Ela responde prontamente. “Moro dentro de ti.
Estou aproveitando a melodia do mundo e dançando a fim de chamar sua atenção.
Agora que consegui, dá-me sua mão e vamos nós, corpo e alma, dançar juntas como
uma só.”
- Betina Pilch.
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