terça-feira, 19 de novembro de 2013

Divagando, só.


E talvez os manicômios de que Alvaro de Campos falava fossem o próprio mundo. E se, hoje, sou digna de camisa de força por amar a sensualidade da dúvida e da indagação ao invés da companhia desses doidos malucos cheios de certezas, que me mandem para a solitária de um hospício. (Em uma sala fechada estarei imune a loucura do mundo e entorpecida apenas com a minha própria loucura. Tendo a solidão como melhor amiga, ouvindo ela cantar o som do silêncio com a mais linda melodia inspirando minhas rimas).
Que eu seja uma louca digna de camisa de força que grite com os médicos questionando o porquê de me prenderem. E não uma doida maluca presidiária de um mundo com pessoas que nada questionam e dizem viver corretamente.
Que eu seja escrava da minha indagação e não dona de uma falsa razão. Que eu seja uma desvairada cheia de dúvidas em minha mente e não uma doida maluca cheia de certezas deprimentes. 
"Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas. Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?" E se eu for a menos certa, que os mais certos não me corrijam.
                                                                                                                                      - Betina Pilch.

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