quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Recém Nascido


Como quem desperta de um longo coma sem saber quanto tempo ficou nesse estado, assim eu me sentia. Era como se eu tivesse acabado de acordar e consequentemente sentisse minha mente desnorteada. De repente me encontrava naufragada em um mar de pensamentos contraditórios e sem sentido. Procurava eu entender o mistério de tais pensamentos confusos que me inquietavam a cada milésimo de segundo que se passava.
Já havia um tempo que o meu eu interior bradava para que, o meu eu exterior conjugasse o verbo mudar com a intensidade de quem respira após sair de um afogamento, mas minha razão era como um bloqueio para a concretização da minha revolta. Criei minha concepção de certo em um lugar onde todos me julgavam errada. Eu que sempre quis mudar o mundo me apegava a filosofias baratas que encalacravam como manchas em minha mente perturbada. E de tanto pensar era só isso que eu sabia fazer.
Deparava-me confabulando com Fernando Pessoa enquanto ele se perguntava "Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?" E a vontade de matar todos os meus ideais até aqui construídos e gerar novos completamente diferentes se tornava cada vez mais intensa.
Mas eu me acovardava quando pensava em concretizar todos os tais pensamentos. Eu precisava de um basta! Sim, precisava reconstruir minha mente, apontá-la para novos horizontes, a fim de que esse em que me encontro hoje fosse redescoberto como algo inédito. Porém o tempo passava e eu era obrigada a perceber que a mudança mais intensa que eu havia concretizado se encontrava no aumento de açúcar em meu café amargo.
Eu que sempre quis revolucionar me sentia de mãos atadas pela falta de coragem. Do que adianta a razão quando ela serve apenas de empecilho para o sonho?
Quem me dera poder mergulhar num mar de loucuras inconsequentes e realizar todos os meus sonhos impossíveis!
Naufragada em um mar de mesmice eu esperava pela guarda - costeira que me salvaria, mas eu sentia minha respiração diminuir, a água tomava o lugar do ar em meus pulmões, e nenhum sinal de ajuda. Sem colete salva-vidas minha vida ia se perdendo, até que um lapso de luz surgiu diante de meus olhos quase fechados. Seria o tal barco da guarda - costeira? Ou eu estaria delirando, me entregando a morte?
Não! Eu tinha medo de ser covarde. Era uma luz criada por minha mente, finalmente eu tinha encontrado o benefício da razão. E a vontade de mudar o mundo e revolucionar ideais renasceu e começou a fazer sentido. E da inquietude dos meus pensamentos, nasceu esse blog, que hoje é o meu brado mais histérico transcrito em meras e vitoriosas palavras silenciosas.

2 comentários:

Unknown disse...

ualll q massa

Betina Pilch disse...

Obrigada! Fico feliz que tenha gostado.