Pegava a caneta
e deslizava aliterações sem sentido em busca de explicações.
Cantava melodias
mentalmente tentando espantar suas contradições.
Estranhamente
fazia das palavras as peças de um quebra-cabeça infinito, ia formando textos buscando
completar a incompletude de seu manso espírito.
Dançava a dança
da vida como um pequenino que brinca de ciranda, pois dentro daquela carcaça
envelhecida ainda habitava uma ingênua criança.
Não desistia de
seus sonhos mesmo quando todos a zombavam por isso, e assim seu caderno era o
único ouvinte de todos seus sentimentos submissos.
Vulcões lagrimais desconheciam a erupção, e os
furacões de sorrisos sopravam devastando toda desilusão.
Buscava a
felicidade constante em cada fantasia transcrita em seus rabiscos palpitantes,
ela era uma aventureira aberta a aventuras literalmente emocionantes.
- Betina Pilch.
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