terça-feira, 20 de novembro de 2012

A Viajante


Pegava a caneta e deslizava aliterações sem sentido em busca de explicações.
Cantava melodias mentalmente tentando espantar suas contradições.
Estranhamente fazia das palavras as peças de um quebra-cabeça infinito, ia formando textos buscando completar a incompletude de seu manso espírito.
Dançava a dança da vida como um pequenino que brinca de ciranda, pois dentro daquela carcaça envelhecida ainda habitava uma ingênua criança.
Não desistia de seus sonhos mesmo quando todos a zombavam por isso, e assim seu caderno era o único ouvinte de todos seus sentimentos submissos.
 Vulcões lagrimais desconheciam a erupção, e os furacões de sorrisos sopravam devastando toda desilusão.
Buscava a felicidade constante em cada fantasia transcrita em seus rabiscos palpitantes, ela era uma aventureira aberta a aventuras literalmente emocionantes.
                                                                                                                    - Betina Pilch. 

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