Ainda sou muito
jovem para dizer que muito vivi, mas mesmo sendo jovem muita coisa eu já vi. Já vi
expectativas serem burladas, vi toda a minha esperança sendo fraudada.
Pouco a
pouco fui me decepcionando, conheci um mundo novo que acabou me enojando.
Mergulhada em um
mar desconhecido, bem ao fundo enxerguei a poluição, as águas aparentemente
cristalinas me mostraram que a aparência geralmente é uma ilusão.
Vi pessoas se
jogando nesse mar sem pensar nas consequências, buscavam pelo tesouro, mas não
tinham competência.
Diziam que
trariam benefício para quem não havia mergulhado, mas passavam a vida lutando
para não morrerem afogados.
Nós em terra
firme depositamos confiança, pagamos os coletes, o oxigênio, mas viramos
prisioneiro dessa falsa esperança.
Sem saber o que
acontecia lá no fundo, nos sentíamos incapazes de cobrar aquele benefício
justo, mas esperávamos a mudança através daqueles que nos alimentavam da
ignorância.
Feito cavalos
com rédeas e inibidos de visão, estávamos nós sem horizontes e nos deixando
guiar rumo ao rompimento da razão.
E o tal tesouro?
Ninguém sabe, ninguém viu, mas o mergulhador com certeza dessa maravilha
usufruiu.
- Betina Pilch.
Nenhum comentário:
Postar um comentário